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Liberdade aos 42

Liberdade aos 42

31
Jul19

Desafio dos 50...


Já sabem o quanto gosto de fotografar (Natureza) e partilhar algumas das minhas fotos...

Ultimamente (desde meados de Junho) é, a observar esta paisagem (e rodeada de livros), que escrevo a maior parte dos textos que publico, aqui, no blog...

 

Ria Alvor_.JPGRia de Alvor

 

É, mesmo, o Melhor de dois Mundos, os livros que AMO e que, sempre, me acompanharam ao longo da Vida, e a Ria de Alvor que, aprendi a AMAR, quando me mudei para o Barlavento, em 2012...

Serve, esta nota introdutória, como ponte, para escrever sobre emoções, evolução, aprendizagem... "maturidade"...

Encontrando-me à beirinha dos 43... mas, ainda, a alguma distância dos 50... quando a imsilva, autora do blog pessoas e coisas da vida me desafiou a escrever sobre o tema... hesitei... porque não me revejo em datas, em "marcos" ditados pelos números da idade...

Sempre associei "maturidade" a experiência de Vida e, nunca, a anos acumulados... recuso-me a aceitar que a Minha Vida seja "definida" por um (qualquer) número... já me senti mais velha (e muito mais nova) do que a idade, que os números insistiam em atribuir-me, dependendo da fase da Vida em que me encontrava, determinada pelas experiências que ia vivenciando.

A verdade é que, não gosto de celebrar o aniversário e, não é por me sentir mais velha ou sentir que estou em "contagem decrescente", é pelo, simples, facto de celebrar a Vida todos os dias... e não sentir, por isso, o dia do meu aniversário como uma data Especial, a merecer destaque...

Gosto de celebrar a simplicidade do quotidiano... os gestos singelos e banais, os sorrisos, os abraços, os pormenores (que passam despercebidos, ao comum dos mortais), a beleza que se dissipa e se renova a cada instante, a água que se agita ao sabor do vento, o suave aroma da brisa marítima, a Luz do Sol que ilumina e aquece... a subtileza dos instantes efémeros..

Não tenho, por isso, expectativas sobre o que serão os meus 50... vivo um dia de cada vez, grata por cada instante que me é concedido...

A Vida (não creio que, a idade) ensinou-me a ser menos impulsiva (menos reactiva), mais tolerante, a escolher as batalhas que quero travar, a alhear-me do que nada me acrescenta (e que, apenas, me desorienta e consome), a viver no presente, a reconhecer o meu tempo como o meu activo mais precioso e a usá-lo com critério e sabedoria, a dedicar-me a quem AMO e ao que AMO... a Viver de forma intensa e apaixonada, sem me preocupar com juízos alheios... a Ser Livre nas (minhas) escolhas e a respeitar Liberdades (e escolhas) alheias... a Saborear a Vida com a certeza de que, cada momento, é único, efémero e irrepetível...

E... basicamente, é isto que espero para o resto da Minha Vida... acrescentar Vida aos anos, muito mais do que, acrescentar anos à Vida...

  

30
Jul19

Hipercolesterolémia: prevenção e tratamento...


Hipercolesterolémia é o nome "pomposo" que se dá, quando a concentração de colesterol, no sangue, atinge valores elevados.

Os níveis de colesterol podem sofrer alterações (aumentando gradualmente) com o avançar da idade, dependendo de múltiplos factores, uns genéticos (nomeadamente, a hipercolesterolémia familiar), algumas síndromes metabólicas,  outros associados ao estilo de vida: erros alimentares, sedentarismo, etc.  É sobre estes últimos que podemos (e devemos) actuar, alterarando os hábitos alimentares, intensificando a actividade física e combatendo o excesso de peso, com vista a limitar o aumento do colesterol (mesmo quando há predisposição genética).

No que concerne à alimentação, o consumo de grandes quantidades de gordura saturada e trans é o principal factor responsável pelo aumento dos níveis de colesterol.

A gordura saturada está presente em alimentos de origem animal, como carne (sobretudo de animais ruminantes, como bovinos, borrego e cabrito) e derivados (chouriço, farinheira, morcela e produtos similares), vísceras, lacticínios, manteiga e em produtos de pastelaria e confeitaria. Está presente, também, em diversos alimentos processados, juntamente com as gorduras trans, como bolachas, chocolates, snacks doces e salgados, molhos e produtos de fast food (pizzas, hambúrgueres e refeições pré-cozinhadas e congeladas).

As gorduras trans ou gorduras hidrogenadas encontram-se, naturalmente, em alguns alimentos, como o leite e a carne, mas também resultam, sobretudo, da hidrogenação dos óleos vegetais. Este processo permite a solidificação de gorduras líquidas, nomeadamente, na produção de margarinas. Estas gorduras aumentam a produção de LDL (o "mau" colesterol) e reduzem a sua taxa de destruição, aumentando, consideravelmente, os seus níveis plasmáticos (no sangue), bem como o risco de aterosclerose (depósitos de gordura no interior das artérias) e doenças derivadas. As gorduras trans diminuem, ainda, a síntese de HDL (o "bom" colesterol).

A ingestão de quantidades substanciais de gordura saturada surge, muitas vezes, associada a um insuficiente consumo de fibras e gorduras insaturadas, e a um elevado consumo de açúcares simples. A fibra está presente na fruta, nos vegetais, nas leguminosas e nos cereais integrais, e não só contribui para o controlo do apetite, como promove a eliminação de colesterol, através das fezes.

As gorduras insaturadas, presentes no azeite, óleos vegetais, sementes, frutos oleaginosos e peixes gordos, estão associadas à redução dos valores de LDL e ao aumento dos valores de HDL.

Os açúcares simples entram na composição de diversos alimentos, tais como, fruta, mel, lacticínios e produtos processados. O consumo elevado de açúcares simples contribui para a formação de reservas de gordura e, consequentemente, leva a um aumento do peso corporal, que constitui um factor de risco para a hipercolesterolémia.

principal ferramenta para prevenir o aumento do colesterol é a alimentação.

Uma alimentação equilibrada, saudável e inteligente pressupõe:

* Eliminar ao máximo gorduras saturadas (gorduras da carne, manteiga, queijo e leite gordos, ovos e vísceras), as gorduras trans (margarinas) e as "transsaturadas" (por sucessivas frituras)

* Dar preferência a gorduras vegetais, mono ou poli-insaturadas (azeite e outros óleos vegetais como milho, girassol, soja, grainha de uva)

Incluir na alimentação sementesfrutos oleaginosos leguminosas

* Optar pelo consumo de carnes brancas (coelho, aves: frango, peru, removendo-lhes a pele)

* Consumir peixes gordos, 3 ou 4 vezes por semana, ricos em ómega 3 ou ómega 6 (atum, cavala, sardinha, sarda, salmão)

* Aumentar substancialmente o consumo de vegetais (para mais de 400gr. por dia): sopas de hortaliças, todos os legumes, saladas, fruta (2 a 3 peças/ dia)

* Trocar os cereais (e derivados de cereais) refinados por versões integrais (pão, arroz, farelo ou gérmen de trigo)

* Moderar o consumo de bebidas alcoólicas [(2 ou 3dl de vinho tinto/dia ou 2 cervejas), se já tiver esse hábito e não tiver contra-indicações (doença do fígado, excesso de peso ou obesidade)]

Evitar a ingestão de produtos de charcutaria, de pastelaria e confeitaria, snacks doces e salgados e  produtos processados (ricos em gordura saturada e trans e açúcares simples)

O controlo do peso, a actividade física regular e não fumar são parceiros inseparáveis da dieta.

O recurso a medicamentos, quando necessário, deverá ser decidido e acompanhado pelo médico assistente, tendo em consideração, não só os valores do colesterol como, também, o risco global, determinado com base na idade, no género, na pressão arterial, no HDL e nos hábitos tabágicos.

Para mais informações, consultar: Fundação Portuguesa de Cardiologia.

 

29
Jul19

Sobre o colesterol...


É, de facto, prejudicial ter um nível de colesterol elevado?

O colesterol é um componente das lipoproteínas (uma gordura), muitas vezes, considerado prejudicial, uma ameaça à saúde (e ao sistema cardiovascular, em particular). O que é facto é que, tal só acontece, se atingir níveis elevados no organismo, visto que (em níveis adequados), é uma substância benéfica e fundamental para o seu normal funcionamento. 

O colesterol é essencial para a produção de vitamina D (que promove a absorção intestinal do cálcio e intervém na regulação do humor)de ácidos biliares (que facilitam a digestão) e na síntese de diversas hormonas, como as hormonas sexuais e o cortisol. Desempenha, ainda, uma importante função estrutural, encontrando-se presente nas membranas de todas as nossas células.

O colesterol é sintetizado pelo nosso organismo e deve, também, ser obtido através da alimentação (produtos de origem animal), numa dose máxima de 300mg/dia.

Muitas são as pessoas, que apresentam um nível de colesterol elevado, mas que, apesar disso, têm (quase sempre) um ar saudável... razão pela qual,  negligenciam a questão e ignoram o risco associado.

Um nível demasiado elevado de colesterol, no sangue, aumenta o risco de doenças cardiovasculares. 

O colesterol, presente nos alimentos, passa pela boca, o esófago e o estômago antes de chegar ao intestino, onde é absorvido. O colesterol (sendo uma gordura) não é solúvel em água. Visto que, cerca de 90% do plasma é constituído por água, o colesterol tem de se ligar a uma substância hidrossolúvel (solúvel em água) para ser absorvido pelo organismo. Estes meios de transporte são as, denominadas, lipoproteínas (é "à boleia" destas, que o colesterol consegue chegar ao seu destino).

Existem dois transportadores diferentes: o LDL (Low Density Lipoprotein - lipoprotreína de baixa densidade) e o HDL (High Density Lipoprotein - lipoproteína de alta densidade).

O LDL transporta o colesterol do intestino para as células de destino (músculos e órgãos). Se estiver em excesso, pode acumular-se nas paredes dos vasos sanguíneos e originar um processo inflamatório.

O HDL transporta o colesterol, de regresso ao intestino, passando pelo fígado e pela vesícula biliar (onde é metabolizado). Funciona como “agente de limpeza” do organismo (no que, ao colesterol, diz respeito).

Por este motivo, um valor elevado de LDL, é sinónimo de uma quantidade excessiva de colesterol no organismo. Um valor elevado de HDL significa, pelo contrário, que o colesterol é eliminado através das fezes.

Por este motivo não se fala, geralmente, de um nível de colesterol elevado mas, sim, de "bom" colesterol (HDL) e "mau" colesterol (LDL).

É importante ter um nível de HDL elevado e um valor de LDL baixo, o que pode ser conseguido através da alimentação.

Um valor de HDL desejável deverá ser >35mg/dl (nos homens) e >45mg/dl (nas mulheres), quanto ao LDL, deverá ser <115mg/dl. Os valores de colesterol total deverão ser <190mg/dl.

[Para doentes de risco (com patologias cardiovasculares, diabetes ou insuficiência renal), os valores de LDL, HDL e colesterol total mudam para 100mg/dl, 40mg/dl e 175mg/dl, respectivamente].

Para mais informações, consultar: Fundação Portuguesa de Cardiologia.

 

26
Jul19

Agradecimento Equipa SAPO Blogs


Muito Obrigada, Equipa SAPO Blogs, pelo destaque!

 

LIBERDADE AOS 42

 

Sobre a Vida que há na morte...

 

Creio que, qualquer um de nós que, por aqui escreve, se sente honrado quando vê uma das suas publicações ser merecedora de destaque e, eu, não sou excepção... mas, desta vez, pela natureza da partilha, atingiu uma outra dimensão na minha "escala da gratidão"...

Trata-se de um relato muito pessoal, algo a que, raras vzes, me permito... sou muito reservada e gosto de manter a Minha Vida (e os meus) na esfera privada... mas, quando sinto que a partilha de alguma experiência pessoal pode contribuir para trazer alguma luz ao caminho de alguém, considero que vale a pena a exposição...

Muito grata à Equipa SAPO Blogs por permitir que, esta minha humilde partilha, chegue ao conhecimento de muitas mais pessoas e que possa, eventualmente, constituir fonte de inspiração para alguém...

Resto de dia Feliz e um Excelente fim-de-semana para todos...

E não se esqueçam... o Mundo precisa de AMOR... partilhem o vosso!!!

 

26
Jul19

Um elogio aos "Bravos"...


E quem são os "Bravos", perguntam vocês?!...

A resposta é simples... são todos vós que me lêem e, sobretudo, os que têm a generosidade e "coragem" de comentar...

Eu sou uma pessoa (muito) reservada, gosto de manter a Minha Vida na esfera privada... quando partilho algo de pessoal é, sempre, na Esperança de que possa, eventualmente, ajudar alguém a perspectivar "outro caminho"...

Como escrevi no último post, a morte é a minha "zona de conforto"... mas, estou certa, que não será a vossa e, mesmo assim, a vossa presença foi reveladora da vossa bravura... (como vos admiro e que grata me sinto por fazerem parte da Minha Vida!...)

Espero estar, sempre, à altura da vossa generosidade...

 

Deixo-vos, como banda sonora, o "hino" dos paliativistas... Walk on, dos U2!

Enjoy!

 

Sejam Felizes (e façam alguém Feliz pelo caminho!...)

Espalhem (o vosso) AMOR pelo Mundo!

 

25
Jul19

Sobre a Vida que há na morte...


A morte é o momento em que a Vida ganha corpo e o corpo se despede da Vida...

Afirmar que a morte é a minha "zona de conforto", talvez faça de mim uma pessoa "estranha", peculiar...

Não se preocupem... não tenho ideação suicida, nem sou depressiva... AMO a Vida e AMO ESTAR VIVA e SENTIR-ME VIVA... mas foi na morte (a partir dela) que encontrei "caminho"... um propósito para a Minha Vida...

Foi depois de ter vivenciado o acontecimento mais terrivelmente doloroso da minha existência (a morte e o morrer do meu pai), que me tornei uma pessoa diferente (talvez só me tenha, mesmo, tornado PESSOA a partir desse evento) e, certamente, melhor...

Encarei a morte do meu pai (resultante de um tumor cerebral) como um fracasso (eu já era enfermeira... "salvava" os outros e não fui capaz de salvar o meu pai), senti uma frustração e uma culpa avassaladoras... a dor tomou conta da Minha Vida (quase enlouqueci, literalmente)... e... o AMOR (dos meus AMIGOS) salvou-me de mim própria, foi a âncora que me prendeu do "lado certo da Vida"...

Decidi que não queria ser vítima de uma dor que ameaçava consumir-me e resolvi dar sentido (e significado) ao sofrimento do meu pai, que tanto me AMOU e AMAVA a Vida (e que, sempre que eu estava triste, me dizia que, "mais vale rir mal do que chorar bem" e que, "chore o diabo que tem os olhos grandes") e merecia que a sua dor não fosse em vão, que fosse transformada em ESPERANÇA, em AMOR...

Sempre acreditei que nada acontece por acaso (que há um propósito para tudo... mesmo que só sejamos capazes de o perceber muito tempo depois...)!

Mas, muitas vezes, questionei os "porquês" e, só muitos anos depois, uma "alma gémea", imbuída da sua Fé inesgotável, me ensinou que só os "para quê" fazem sentido e nos ajudam a evoluir (obrigada "Amiga Linda" por me mostrares o caminho da serenidade... eternamente grata serei...)!

Procurei "conhecer" a morte e as formas de morrer e... encontrei os Cuidados Paliativos (Sir Twycross e depois Madame Hennezel, 2006)... estudei muito, li tudo o que havia para ler, estava ávida de conhecimento... tinha encontrado o meu propósito e o Universo encarregou-se de trazer as circunstâncias "certas" à Minha Vida...  e, assim, no final de 2007, ajudava a dar Vida à primeira equipa domiciliária de Cuidados Paliativos do Algarve...

Aprendi a entender a morte como a última etapa da Vida (independentemente das crenças de cada um), aprendi a respeitá-la e a encará-la como algo natural e expectável, aprendi a conviver com ela sem a temer... deixei-a entrar na Minha Vida e fazer parte do meu Ser e, assim, aprendi a VIVER, a AMAR a Vida e a agradecer cada instante da minha maravilhosa existência, com todos os meus defeitos e limitações, sempre, com muito AMOR no coração...

 

24
Jul19

Sobre a morte e o morrer...


Ontem, ao ler um post da Minha Querida AG, não resisti a fazer esta partilha...

Ao longo de mais de uma década da minha actividade profissional, a morte, foi a minha realidade diária... centenas, são as histórias de vida (e de morte) que tive o enorme privilégio de partilhar...

Quem costuma passar por aqui já percebeu que sou enfermeira (paliativista) e, apesar de me ter afastado do exercício profissional, sê-lo-ei para o resto da vida (de alma e coração)...

No momento da morte não há "filtros", tudo é transparente... as pessoas que estão a morrer adquirem uma clarividência que as transcende... conseguem aceder à nossa alma, aos nossos pensamentos, nada lhes conseguimos esconder (mesmo que queiramos)... 

A morte, como uma cuidadora, uma vez, me disse: "é um momento solene"... não há que ter medo, não é preciso "fingir" que se é forte ou indiferente... só precisamos de SER (nós mesmos, genuínos, fiéis à nossa essência)... de ESTAR e dar expressão às nossas emoções e sentimentos... deixar fluir o nosso sentir... sem culpas, ressentimentos, arrependimentos...

O grande "privilégio" de se ter uma doença crónica, incapacitante, limitadora da vida (fatal), é que nos permite que haja tempo (oportunidade) para "fechar o ciclo", para as despedidas, para as reconciliações, para dizer: AMO-TE... PERDOO-TE... PERDOA-ME... ADEUS...

 

23
Jul19

Sobre a ADSE...


Muito se fala sobre a ADSE... mas, talvez, muitos que opinam sobre o assunto, não saibam, exactamente de que se trata...

“O Instituto de Proteção e Assistência na Doença, I.P. (ADSE, I.P.) é um instituto público de regime especial e de gestão participada, integrado na administração indireta do Estado, com dupla tutela do Ministério da Saúde e do Ministério das Finanças, dotado de autonomia administrativa e financeira e património próprio, que tem por missão assegurar a protecção aos seus beneficiários nos domínios da promoção da saúde, prevenção da doença, tratamento e reabilitação.”1

  

Breve resenha histórica1:

1963 - Foi criada a Assistência na Doença aos Servidores Civis do Estado (ADSE), como um esquema de protecção na doença aos servidores civis do Estado, sob a tutela do Ministério das Finanças.

1979 - Foi estabelecido o desconto de 0,5% para os beneficiários titulares no activo.

1980 - Transformação da ADSE em Direcção-Geral de Protecção Social aos Funcionários e Agentes da Administração Pública.

1981 - Foi estabelecido o desconto de 1% para os beneficiários titulares no activo.

1983 - Foi estabelecido o funcionamento e o esquema de benefícios da ADSE.

1985 - Foi permitida a inscrição dos docentes do ensino superior, privado e cooperativo, desde que inscritos na CGA e com contrato a tempo inteiro.

1988 - Foi permitida a inscrição dos docentes do ensino não superior, privado e cooperativo, desde que inscritos na CGA.
Foi alargada a atividade da ADSE à verificação da doença dos funcionários e agentes da Administração Pública, através da realização de juntas médicas e verificação domiciliária da doença na zona de Lisboa.

2004 - Foram publicadas as Tabelas de Regime Livre.

2006 - Tornou-se facultativa a inscrição e a possibilidade de renúncia à inscrição, para trabalhadores que iniciaram funções a partir de 1 de janeiro de 2006.
Os beneficiários titulares da ADSE passaram a ter o direito de opção pela inscrição em outro subsistema de saúde público.

2007 - A taxa de desconto passou para 1,5% para os beneficiários titulares no activo e 1% para os aposentados e reformados com pensão superior a 1,5 * RMMG (valor atualizado anualmente até perfazer 1,5%). Os descontos passaram a constituir receita própria da ADSE.

2009 - Foi alargado o universo de beneficiários a todos os trabalhadores com funções públicas, bem como a descendentes maiores até aos 26 anos desde que estudantes.

2010 - Foi concedida a possibilidade de renúncia à inscrição a todos os beneficiários.
Encargos de saúde dos beneficiários em estabelecimentos do SNS deixam de ser suportados pela ADSE

2011 - Alteração da designação da ADSE em Direcção-Geral de Protecção Social aos Trabalhadores em Funções Públicas.

2012 - As despesas dos beneficiários da ADSE, decorrentes de cuidados de saúde prestados por estabelecimentos do SNS, deixaram de ser suportadas pela ADSE.
A taxa de desconto passou para 1,5% para todos os beneficiários titulares aposentados, ficando isentos os beneficiários para quem a aplicação da percentagem resultasse numa pensão de valor inferior ao RMMG.

2013 - A taxa de desconto passa para 2,25%, para todos os beneficiários titulares no activo e para os aposentados e reformados com reforma superior ao valor da RMMG. Foi estabelecido o decréscimo das contribuições da entidade empregadora para 1,25%.
Os encargos com medicamentos em farmácia comunitária passam a ser assumidos pelo SNS.

2014 - A taxa de desconto passa para 2,5% e posteriormente para 3,5%, para todos os beneficiários titulares no activo e para os aposentados e reformados com reforma superior ao valor da RMMG.
Alargamento do universo de beneficiários aos que optaram por manter a sua inscrição após cessação da relação jurídica de emprego público por tempo indeterminado.

2015 - Transferência da dependência do Ministério das Finanças para o Ministério da Saúde.
As entidades empregadoras deixam de pagar a contribuição para a ADSE.

2016 - Foi criada a Comissão de Reforma do modelo da ADSE.

2017 - Transformação da ADSE em Instituto de Proteção e Assistência na Doença, I. P. (ADSE, I. P.), sob tutela conjunta do Ministério das Finanças e do Ministério da Saúde.

2018 - São definidas pelo DLEO – Decreto Lei de Execução Orçamental (Decreto-Lei n.º 33/2018, de 15 de maio), metodologias para implementação de preços máximos, no regime convencionado, em relação aos códigos abertos – próteses, medicamentos e procedimentos cirúrgicos – para efeito de pagamento de cuidados de saúde abrangidos pelo regime convencionado.

Um dos “ataques” frequentes aos trabalhadores da Função Pública é que eles são  privilegiados por terem ADSE.

Em primeiro lugar, a ADSE faz parte do Estatuto Laboral dos trabalhadores das Administrações Públicas (Central, Local e Regional) e, como sucede em várias empresas e sectores de actividade, o empregador tem responsabilidades (nomeadamente, no caso da banca, esta contribui com cerca de 5% do valor dos salários para o SAMS. Na CGD e BdP verifica-se uma situação similar). Na ADSE isso não acontece. 

Contrariamente ao que, sucessivas vezes, se afirma, actualmente, o Orçamento do Estado não transfere qualquer verba para a ADSE (apenas as Autarquias, ainda, contribuem com um valor residual). São, essencialmente, os descontos feitos nos salários dos trabalhadores e nas pensões dos aposentados que financiam a ADSE. (Em 2018, os trabalhadores e os aposentados da Função Pública descontaram para a ADSE 592 milhões €.) 

Imagem3.jpgImagem: aqui

Assim sendo, os trabalhadores e os aposentados da Função Pública pagam impostos (como qualquer outro cidadão), com os quais é, também, financiado o SNS. E, para além disso, descontam para a ADSE (3,5% dos seus salários e pensões) e o Orçamento do Estado não transfere qualquer importância para a ADSE. Contrariamente aos outros cidadãos portugueses, os beneficiários da ADSE financiam, duplamente, a saúde. Por isso, afirmar que são uns privilegiados por usufruirem da ADSE é injusto e não corresponde, de todo, à verdade.

Muitos consideram o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e a ADSE adversários, outros, consideram-nos complementares.  

Os primeiros, socorrem-se do argumento de que a ADSE descapitaliza o SNS, alegando que os melhores especialistas do SNS migram para os hospitais privados com dinheiro da ADSE.

Neste ponto, concordo com a opinião do economista, Eugénio Rosa, que afirma que:

“Essa captação não resulta da existência da ADSE mas sim dos governos, incluindo o atual, nunca terem tido a coragem de impedir a promiscuidade dos profissionais de saúde de poderem simultaneamente trabalhar no SNS e no setor privado. Tivessem a coragem de impor a exclusividade, mas com carreiras e remunerações dignas (não pode continuar com a politica de baixos salários que empurra os médicos para o privado), essa “descapitalização” diminuiria. Procura-se assim ocultar o verdadeiro problema do SNS que é a promiscuidade, mesmo que a ADSE não existisse a “descapitalização” verificar-se-ia.”2

No que se refere ao financiamento, dos grupos privados de saúde, pela ADSE (cerca de 580 milhões €/ano), afirma, também, Eugénio Rosa:

“O SNS gasta com privados todos os anos mais de 3.900 milhões €/ano (para 2019 estão orçamentados 3.922 milhões € sendo 474 milhões para as Parcerias Públicas Privadas com os grandes grupos privados de saúde que aumenta todos os anos) devido à falta de investimento e de uma gestão eficiente. Parece que isto não incomoda ninguém pois disto não se fala apesar de ser mais grave, mas ataca-se a ADSE que gasta menos de 1/6 do que gasta o SNS com os privados.”2

Quanto à questão de, os beneficiários da ADSE, utilizarem os serviços do SNS e a ADSE não pagar nada, Eugénio Rosa esclarece:

“É preciso lembrar que os beneficiários da ADSE pagam impostos como quaisquer portugueses, e esses impostos também financiam o SNS. Obrigar a ADSE a pagar esses cuidados de saúde era obrigar os beneficiários da ADSE a pagar duas vezes ao SNS: com os impostos e mais com os seus descontos, o que era injusto e inconstitucional. Para além disso, a ADSE “liberta” o SNS todos os anos de mais de 4 milhões de consultas, de mais de 52.000 cirurgias, etc. etc. Com os problemas que já enfrenta o SNS, com os atrasos que tem em muitas valências, (em 2018 teve de pagar milhões € aos hospitais privados para realizarem 20.910 cirurgias com grandes atrasos que não conseguiu fazer), qual seria a situação do SNS sem a ADSE? E mesmo em termos financeiros a ADSE determina poupanças para o SNS. O SNS gastará em média, em 2019, 938€ com cada português. Se não existisse ADSE ele teria de gastar mais, pois a pressão sobre o SNS será maior e as dificuldades de acesso à saúde ainda seriam maiores.”2

 

1ADSE - Instituto Público

2www.eugeniorosa.com

 

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