As ondas...
Eu estava só com a areia e com a espuma
Do mar que cantava só para mim.
Sophia de Mello Breyner Andresen
Praia dos três irmãos_Alvor
Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]
Sophia de Mello Breyner Andresen
Praia dos três irmãos_Alvor
Há muito, muito tempo, não muito longe daqui, uma águia forasteira reuniu os pássaros de uma floresta e anunciou-lhes as boas novas.
Uma jovem princesa pretendia, como prenda de aniversário, o mais belo passarinho do reino e a águia fora enviada para o encontrar.
A vida do eleito mudaria para sempre. Passaria a viver no conforto do castelo, onde os repastos seriam as mais belas e douradas sementes daquelas terras.
Mas para além da beleza, o vencedor teria de demonstrar inteligência, para que estivesse à altura da posição que iria ocupar. Ser o passarinho da princesa requeria maneiras e compostura.
Por isso, depois de escolher as aves com maior beleza, a águia lançou um desafio.
Dentro de uma garrafa estava uma palhinha seca. Quem a conseguisse tirar sem tocar na garrafa, seria o vencedor.
Todos os pássaros tentaram. Mas os de bico curto desistiram de imediato, por não conseguirem chegar ao fundo da garrafa.
Os de bico comprido enfiaram-no no gargalo mas não conseguiram abri-lo para agarrar a palhinha.
Foi nessa altura que regressou ao grupo um colibri, que se havia afastado depois de ouvir o desafio.
Trazia consigo uma velha casca de noz cheia de água, que derramou para dentro da garrafa. Voltou ao lago uma vez e outra, regressando sempre com a casca de noz cheia de água.
Até que a água da garrafa transbordou e a palhinha ficou a boiar junto ao gargalo.
O colibri, com o seu pequeno bico, facilmente a retirou, perante o pasmo de todos.
E foi o vencedor.
A águia combinou regressar na manhã seguinte para o levar para o castelo.
E todos invejaram a sua sorte.
Passaria a viver dentro das paredes do castelo, a servir a princesa e a satisfazer-lhe os caprichos.
E o colibri foi para o ninho a pensar em tamanha honra.
Nessa noite fugiu.
Que o maior prémio é a nossa Liberdade!
Texto da autoria de: A 3ª face
A viagem de um insecto...
... no coração de uma flor!
No nosso jardim...
"Para viajar basta existir."
Fernando Pessoa
Vento que passas
Vento que passas, leva-me contigo.
Sou poeira também, folha de outono.
Rês tresmalhada que não quer abrigo
No calor do redil de nenhum dono.
Leva-me, e livre deixa-me cair
No deserto de todas as lembranças,
Onde eu possa dormir
Como no limbo dormem as crianças.
Miguel Torga, Diário, vol. V, 1951
Folhas de Outono...
Lá fora, a chuva cai, de mansinho, gotejando compassadamente pelos beirais...
As minhas plantas agradecem e alegram-se com tamanha dádiva da Natureza, já que o Verão foi agreste e o Outono tem teimado em manter-se seco...
No nosso jardim...
Bolotas
Quando estive em Monsaraz colhi estas bolotas maravilhosas (super docinhas) e matei saudades dos tempos em que era miúda e ia passar o Natal a casa dos meus avós maternos, no Baixo Alentejo... nessa altura havia muitas azinheiras recheadas de bolotas docinhas! Adorava comê-las cruas ou assadas na lareira...
E vocês... gostam de bolotas?!... ou nunca provaram?!...
Ainda a propósito de medronhos, hoje, partilho convosco a receita de licor de medronho... espero que gostem!
Licor de medronho
Licor de medronho
Ingredientes:
Preparação:
Colocar os medronhos e a aguardente num frasco de vidro e deixar macerar, em local fresco e escuro, durante 3 a 4 semanas.
Findo o tempo de maceração, colocar a água e o açucar num tacho, levar ao lume e deixar ferver, contar 3 minutos, desligar o lume e deixar arrefecer.
Filtrar a aguardente (através de um passador de rede fina), excluir os medronhos e adicionar a calda de açucar.
Engarrafar o licor e guardar num local fresco e escuro. Deixar repousar 2 semanas antes de consumir.
Conforme prometido, partilho a receita do bolo de medronho e do doce...
Bolo de medronho
Ingredientes:
Preparação:
Pré-aquecer o forno a 180 º C.
Untar e polvilhar, com farinha, uma forma redonda ou rectangular (20cm de diâmetro ou 20x20cm).
Bater a manteiga com o açúcar até obter um creme esbranquiçado.
Juntar as gemas e continuar a bater.
Adicionar a farinha, o vinho do Porto, o leite e a canela.
Bater as claras em castelo e adicionar à massa, envolvendo-as suavemente.
Deitar a massa na forma e espalhar os medronhos por cima (previamente misturados com o amido de milho).
Levar ao forno por 40 a 45 minutos.
Se o bolo começar a ganhar cor, a meio da cozedura, colocar uma folha de papel de alumínio por cima para este não queimar.
Sugestões:
Doce de medronho
Ingredientes:
Preparação:
Colocar todos os ingredientes num tacho .
Levar ao lume e mexer regularmente até obter ponto estrada.
Passar o doce por um coador (para eliminar as sementes duras) e servir ou guardar num recipiente de vidro, hermeticamente fechado.
Sugestão:
Liberdade
Felizmente sempre vivi num país livre. Apenas conheço essa realidade.
Para mim liberdade é emitirmos a nossa opinião, lermos os livros, vermos os filmes, interagir e tomar as opções que muito bem entendermos. Sem constrangimentos ou medos.
Porém, considero que o maior risco é confundir liberdade com anarquismo ou insulto gratuito. Todas as ações implicam respeitar as regras do bom senso, as da sociedade e o princípio do respeitar para ser respeitado.
Este é das primeiras noções que os pais passam aos filhos na sua educação, mas muitas vezes não são seguidos.
Olhando para trás, assisti à entrada das redes sociais nas nossas vidas, onde surgiu uma nova figura: os perfis sem rosto. São semelhantes à brincadeira de criança de tocar à campaínha e depois fugir. Atuam pela calada, espalham histórias verdadeiras ou falsas, sempre com títulos bombásticos para terem um click ou por e simplesmente a diversão das sensações causadas. Com zero de inocência, aproveitam-se da ausência de filtro e da liberdade sem controlo.
Por outro lado, o surgimento da Internet trouxe mais acesso, mais informação e ao mesmo tempo maior controlo de tudo aquilo que fazemos. Se somos livres de escolher o que ver, ler ou comprar, deixamos também mais vestígios do que fazemos, fizemos e do que somos. Mesmo que indiretamente, há um histórico ou um algoritmo que nos aviva a memória. A nós e a quem tiver acesso a essa informação.
É paradoxal, mas é a liberdade de hoje em dia.
Texto da autoria de: O último fecha a porta
No sábado, ao início da tarde, fomos colher medronhos em Aljezur...
De volta a casa, foi tempo de pesar os medronhos e decidir o que fazer com eles...
Escolhidas as receitas... coloquei mãos à obra...
Apresento-vos o resultado final:
Bolo de medronho (exterior)
Bolo de medronho (interior)
Queques e doce de medronho
No fim-de-semana publicarei as respectivas receitas!
261 seguidores
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.