Saber desejar...
"O primeiro passo para conseguir algo é desejá-lo."
Madre Teresa de Calcutá
No nosso jardim
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"O primeiro passo para conseguir algo é desejá-lo."
Madre Teresa de Calcutá
No nosso jardim
Na sequência da rubrica "Alimentos de A a Z", hoje, apresento-vos a baunilha.
Não é bem conhecida a sua origem, mas é um dos sabores e aromas mais apreciados e conhecidos em todo o mundo. A baunilha provém da Vanilla planifolia, uma planta pertencente à família das Orchidaceae – uma orquídea, portanto.
Pode ser encontrada no México e em outros países da América Central, dentro da família botânica das orquídeas, o género Vanilla é o único que é cultivado para uso alimentar.
Os Astecas foram os primeiros a utilizar a vagem da baunilha para aromatizar e intensificar o seu “chocolatl”. Esta era uma bebida feita a partir dos grãos do cacau (Theobroma cacao, o nome científico da planta, significa “Alimento dos Deuses”). Francisco Hernandez, o historiador que fazia parte da expedição de Hernán Cortés descreve a preparação dessa bebida, revelando que Montezuma, o líder asteca, se recusava a beber outra bebida senão essa, ingerindo-a cinquenta vezes ao dia. Por volta do ano 1510, os espanhóis trouxeram a planta da baunilha para a Europa.
De início era utilizada mais como perfume e existem registos da sua produção em Espanha, na segunda metade do Séc. XVI. Existe um período de vários anos em que parece que os europeus se esqueceram da baunilha. Tendo sido documentada a sua introdução oficial no Reino Unido no ano 1800, pelo Marquês de Blandford e de terem sido enviadas estacas da planta para Antuérpia e Paris uns anos depois. E a partir daí a sua importância foi sempre aumentando, tanto na Europa como no resto do mundo.
No Séc. XIX, os franceses introduziram a planta em Madagáscar, local que é hoje o maior produtor mundial de baunilha. De início o seu cultivo era muito difícil e infrutífero. As plantas floriam mas não produziam fruto ou este era de muito baixa qualidade. Tentou-se de tudo ao ponto de serem trazidas abelhas do género Melipona, que polinizam as plantas nas florestas tropicais do México. Nada resultou. O método de uma fácil polinização artificial, feita manualmente, foi descoberto por Edmund Albius, um escravo de 12 anos da Ilha de Reunião.
Com o sucesso da polinização artificial, a produção de baunilha dispara, tornando a ilha de Reunião a primeira produtora mundial, alargando-se também para Madagáscar e Ilhas Comoro, Indonésia e México.
A planta é como uma vinha tropical, é uma planta trepadeira e pode atingir os 30 m de comprimento. As flores aparecem quando a planta está madura e crescem em grupos. A duração de cada flor é de cerca de 12 horas. Após a polinização, que na natureza é feita por abelhas, desenvolvem-se os frutos - as vagens - que demoram quatro semanas até ficarem maduros. Depois de colhidos são secos e curados e assim são obtidas as negras vagens que compramos para aromatizar as bebidas e sobremesas.
Tipos de baunilha
A origem e a espécie são as duas características principais que determinam o sabor, a aparência e o aroma da baunilha. Existem duas espécies principais de orquídea do gênero vanilla que são utilizadas para a produção de baunilha: planifolia e tahitiensis.
A espécie planifolia (folha plana) é cultivada em grande parte do mundo, como México e Madagascar. É a espécie mais produzida pelo alto teor de vanilina, ingrediente activo responsável pelo sabor. Mas tal como o vinho, o local onde a baunilha é cultivada desempenha um papel importante no aroma e no sabor da vagem, pois cada país tem um método único de curar e secar a baunilha.
A espécie tahitiensis ou baunilha do Taiti possui um sabor mais floral e um teor de vanilina mais baixo que a espécie planifolia. Esta baunilha é muito susceptível ao calor, por isso é indicada para alimentos congelados e refrigerados.
Como conservar
A conservação das vagens de baunilha é simples. Devem ser mantidas em recipiente hermético e em local escuro e seco por um período de 6 a 8 meses. Não deve ser guardada no frigorífico porque pode adquirir cheiro a mofo devido à humidade. Após a remoção dos grãos, a vagem vazia pode ser utilizada para aromatizar receitas ou açúcar por tempo indeterminado, lavando e secando a cada utilização.
Sugestões de utilização:
Delícia de baunilha com palitos de champanhe
https://revistajardins.pt/baunilha-o-fruto-de-uma-orquidea/
https://cozinhatecnica.com/2018/05/baunilha/
https://hortas.info/como-plantar-baunilha
"Benditos sejamos se aproveitarmos cada circunstância que se nos depare, como a erva que reconhece o efeito da mais pequena gota de orvalho que cai sobre ela..."
Henry David Thoreau
No campo
"No presente é que está o segredo; se você prestar atenção ao presente, poderá melhorá-lo. E se melhorar o presente, o que acontecerá depois também será melhor...
Cada dia traz em si a eternidade."
Paulo Coelho
No campo
Sinto que hoje novamente embarco
Para as grandes aventuras,
Passam no ar palavras obscuras
E o meu desejo canta - por isso marco
Nos meus sentidos a imagem desta hora.
Sonoro e profundo
Aquele mundo
Que eu sonhara e perdera
Espera
O peso dos meus gestos.
E dormem mil gestos nos meus dedos.
Desligadas dos círculos funestos
Das mentiras alheias,
Finalmente solitárias,
As minhas mãos estão cheias
De expectativa e de segredos
Como os negros arvoredos
Que baloiçam na noite murmurando.
Ao longe por mim oiço chamando
A voz das coisas que eu sei amar.
E de novo caminho para o mar.
Sophia de Mello Breyner Andresen
Praia do Castelejo_V. Bispo
Na sequência da rubrica "Alimentos de A a Z", hoje, apresento-vos a batata-doce.
A batata-doce é um tubérculo originário da América Central e chegou à Europa no século XVI, sendo tão antiga em Portugal como a batata. Conta a lenda que os cavaleiros de Santiago, antes de cada batalha utilizavam como suplemento revigorante uma poção elaborada a partida da batata-doce. Provavelmente, algo parecido com a famosa feijoada de batata-doce de Aljezur.
Em Aljezur, as condições climáticas revelaram-se ideais para a sua cultura, sendo a batata-doce desta região um produto de Indicação Geográfica Protegida (IGP), com direito a um Festival desde 2014 de forma a promover este interessante alimento.
A maioria das colheitas ocorre nos meses entre setembro e novembro, tornando-se a melhor altura para o consumo deste tubérculo. Razão pela qual a batata-doce é, também, celebrada no Dia de São Martinho.
Em termos de variedade, a batata-doce distingue-se pela sua cor. Podem ser brancas, roxas, amarelas e laranjas. As de cor roxa são características da região de Aljezur.
A nível nutricional é das fontes vegetais mais ricas em vitamina A. Bastam 100g de batata-doce cozida sem pele, para fornecem o dobro da dose diária recomendada (DDR) desta vitamina.
A presença de carotenóides, bem como de antocianinas, dão a cor alaranjada e púrpura, a este alimento fazendo dele uma importante fonte de antioxidantes com elevado potencial anti-inflamatório e protector celular.
Curiosamente, a batata-doce apresenta baixo valor energético, oferecendo apenas 76 kcal por 100g de parte edível! É ainda fonte de fibra e hidratos de carbono complexos, que potenciam a saciedade, regulam a gordura em circulação e normalizam os picos glicémicos. Apresenta também quantidades significativas de outras vitaminas e minerais, nomeadamente, vitamina C, magnésio e ferro. Estas características fazem dela presença assídua nas dietas dos desportistas de elite e de todos aqueles que praticam exercício físico regularmente.
Fonte: Nutrimento
Benefícios do consumo de batata-doce
Antioxidante benéfico ao nível da visão e que estimula a produção de melanina na pele.
O elevado teor em vitaminas antioxidantes (A, C e E) confere à batata-doce propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias, contribuindo para a estimulação do sistema imunitário e aumentando resistência a infecções;
O seu elevado teor em fibra promove a redução da absorção de colesterol;
A fibra solúvel atrasa a absorção dos açúcares, conferindo à batata-doce um Índice Glicémico (IG) inferior ao da batata comum, o que permite uma maior regulação dos níveis de açúcar no sangue;
Pelo seu menor IG, pela sensação de saciedade prolongada que proporciona e pelo sabor adocicado que pode substituir o consumo de doces;
A batata-doce é muito consumida pelos desportistas pela libertação lenta de açúcar no sangue;
Pode ser confeccionada de diversas formas: cozida, assada, em puré, frita, como alternativa no prato principal à batata comum, do arroz, da massa, etc. Pode ainda ser utilizada na confecção da base das sopas.
Como comprar e conservar
Quando se compra batata-doce deve optar-se por peças inteiras, com a pele intacta sem manchas ou amolgadelas.
Idealmente, deve ser guardada num ambiente a rondar os 15ºC, ao abrigo da luz, fora do frigorífico, uma vez que as temperaturas muito frias podem alterar o seu sabor.
Caso a temperatura ambiente seja elevada, a batata-doce pode germinar e fermentar, tornando-se imprópria para consumo. Para se conservar durante um período de tempo longo, deve ser cozida e refrigerada (durante uma semana no máximo) ou congelada.
Como utilizar
A batata-doce consome-se sempre cozinhada. Para que a perda de nutrientes seja menor, é aconselhável cozê-la ao vapor ou assar.
Pode também ser consumida frita ou usada na confecção de bolos, compotas, doces, pães, cremes e sopas.
Sugestões de utilização:
Caldeirada de garoupa com batata-doce
Estufado de lentilhas, batata-doce e couve
Frittata de batata-doce e espinafres
Polvo no forno com batata-doce
Tarte de batata-doce e nozes pecan
https://www.pingodoce.pt/escola-de-cozinha/ingredientes/batata-doce/
https://www.noticiasaominuto.com/lifestyle/1278253/dez-motivos-para-comer-batata-doce-todos-os-dias
https://visao.sapo.pt/visaosaude/2019-01-20-batata-doce-sim-ou-sim/
https://saboreiaavida.nestle.pt/bem-estar/batata-doce#gs.jz12l2
https://nutrimento.pt/noticias/batata-doce-o-acompanhamento-deste-outono/
https://nutritiondata.self.com/facts/vegetables-and-vegetable-products/2668/2
https://ncultura.pt/cozinhar-batata-doce-da-forma-correta/
https://ncultura.pt/15-razoes-para-comer-batata-doce-todos-os-dias/
https://www.diabetes365.pt/prevenir/batata-doce-vs-batata-tradicional/
https://tradicional.dgadr.gov.pt/pt/cat/horticolas-e-cereais/636-batata-doce-de-aljezur-igp
https://festival-batatadoce.cm-aljezur.pt/
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