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Liberdade aos 42

Liberdade aos 42

11
Dez20

A Verdadeira Liberdade...


A liberdade, sim, a liberdade!
A verdadeira liberdade!
Pensar sem desejos nem convicções.
Ser dono de si mesmo sem influência de romances!
Existir sem Freud nem aeroplanos,
Sem cabarets, nem na alma, sem velocidades, nem no cansaço!

A liberdade do vagar, do pensamento são, do amor às coisas naturais
A liberdade de amar a moral que é preciso dar à vida!
Como o luar quando as nuvens abrem
A grande liberdade cristã da minha infância que rezava
Estende de repente sobre a terra inteira o seu manto de prata para mim...
A liberdade, a lucidez, o raciocínio coerente,
A noção jurídica da alma dos outros como humana,
A alegria de ter estas coisas, e poder outra vez
Gozar os campos sem referência a coisa nenhuma
E beber água como se fosse todos os vinhos do mundo!

Passos todos passinhos de criança...
Sorriso da velha bondosa...
Apertar da mão do amigo [sério?]...
Que vida que tem sido a minha!
Quanto tempo de espera no apeadeiro!
Quanto viver pintado em impresso da vida!

Ah, tenho uma sede sã. Dêem-me a liberdade,
Dêem-ma no púcaro velho de ao pé do pote
Da casa do campo da minha velha infância...
Eu bebia e ele chiava,
Eu era fresco e ele era fresco,
E como eu não tinha nada que me ralasse, era livre.
Que é do púcaro e da inocência?
Que é de quem eu deveria ter sido?
E salvo este desejo de liberdade e de bem e de ar, que é de mim?

Álvaro de Campos, in "Poemas (Inéditos)"

 

__MAR__.JPGMAR...

 

08
Dez20

Quem conta um conto acrescenta um ponto...


Em mais um desafio da  Ana, vou dar seguimento à história que ela começou e que foi continuada pela Bii yue, pelo José da Xã e chegou a mim pela mão da Isabel. Peço, agora, à Minha Querida Luísa que lhe acrescente outro ponto...  

 

 

O importante agora será recuperar desta cirurgia a tempo de regressar a casa antes do Natal!

Perguntei à enfermeira quantos dias teria de ficar no hospital e fui informado que, na manhã seguinte, receberia a visita da equipa médica que iria avaliar o meu estado clínico e decidir se poderia regressar a casa.

Cerca das 9 horas, dois médicos entraram no quarto, perguntaram-me como tinha passado a noite e se tinha dores. Respondi que dormi toda a noite e que me sentia óptimo, prontinho para ir para casa.  

Um dos médicos auscultou-me e disse-me que tinha alta. 

Passados poucos minutos, surgiu a enfermeira com uma receita para aviar na farmácia. Disse-me que já havia contactado a minha neta e que ela viria buscar-me nas próximas horas. 

Senti-me feliz e grato por poder regressar ao meu refúgio, ao meu mundo mágico... 

Fechei os olhos, sorri e comecei a visualizar a decoração natalícia, que invadia cada canto da nossa casa, de onde emergia uma luz vibrante... azul turquesa, como o MAR... 

 

07
Dez20

Alimentos de A a Z... Bacalhau


Na sequência da rubrica "Alimentos de A a Z" e, atendendo à época natalícia, hoje, apresento-vos o fiel amigo: o bacalhau.

 

Alimentos de A a Z_bacalhau.gif

 

O “nosso bacalhau”, aquele que há séculos pescamos e consumimos, é o bacalhau-do-Atlântico. Peixe da família dos gadídeos, tem o nome científico de Gadus Morhua, que lhe foi atribuído pelo naturalista sueco Carolus Linnaeus, em 1758.

O bacalhau-do-Atlântico é considerado o verdadeiro bacalhau. Gadus refere-se ao género. Morhua deriva da palavra francesa morue, que deu o segundo nome ao bacalhau-do-Atlântico: Gadus morue.

O “nosso bacalhau” tem uma forma robusta, lateralmente é achatado e o corpo vai afilando em direcção à cauda. A cabeça do bacalhau é grande: pode ter um quarto do comprimento total do peixe. A coloração do bacalhau é verde-azeitona ou acastanhada. Possui numerosas manchas negras, arredondadas no dorso. A linha lateral mais clara é a que distingue o bacalhau dos outros gadídeos. 

O crescimento do bacalhau depende muito da temperatura da água e do número de indivíduos do cardume - quantos mais forem, menos alimento fica. O bacalhau vive, em média, 16 a 20 anos. Em adulto, pode medir 1,50 metros e pesar entre 30 a 90Kg. Exteriormente, não se notam diferenças entre o macho e a fêmea. Depois de capturados, é possível distingui-los através das gónadas. No bacalhau fêmea, as gónadas são vulgarmente designadas por ovas.

O povo Português foi o responsável pela introdução do bacalhau nos hábitos alimentares dos humanos, no século XV. De forma a garantir a sua preservação, durante as longas temporadas de pesca, o bacalhau era salgado, tendo revelado ser adaptável a este método de conservação mantendo as suas características gustativas. 

Atualmente, Portugal é o maior e principal consumidor a nível mundial. Estima-se que o consumo anual, em Portugal, ronde as 70 mil toneladas, correspondendo a um consumo de 4kg per capita.

Na nossa cultura, a forma mais frequente de adquirir bacalhau é seco e salgado, sendo posteriormente demolhado para ser consumido, mas também podemos encontrar bacalhau fresco e congelado. Podemos adquirir ainda alimentos derivados do bacalhau, como ovas e óleo de fígado de bacalhau.

 

Informação Nutricional:

O bacalhau é um peixe com baixo teor de gordura (0,1% da DDR por 100g), rico em proteína de alto valor biológico, com quantidades apreciáveis em vitamina D, fósforo, potássio e magnésio. O bacalhau é particularmente rico em selénio, que integra diversas enzimas com capacidades de protecção das células do organismo contra os radicais livres.

Apesar de demolhado, o bacalhau ainda apresenta quantidades relativamente elevadas de sal (cerca de 3g por 100g), pelo que a adição de sal durante a confecção se torna desnecessária.

 

Como comprar e conservar:

Ao comprar bacalhau salgado seco certifique-se de que não apresenta demasiado sal, manchas escuras ou humidade à superfície. Para verificar a existência de água em excesso, no bacalhau comprado inteiro, segure-o na zona terminal (cauda), se dobrar significa que não está bem seco.

Conserve sempre o bacalhau no frigorífico, mesmo o que compre salgado e seco.

A demolha do bacalhau é fundamental para remover o excesso de sal e um dos segredos para que fique no ponto certo de sabor e textura. Este processo faz com que o bacalhau readquira a água que perdeu durante a secagem (pode aumentar até mais de 35% do seu peso).

Para demolhar correctamente o bacalhau, deve começar por lavá-lo em água fria corrente para retirar o excesso de sal à superfície. Coloque num recipiente com água bem fria (a menos de 8ᵒC), com a pele virada para cima e totalmente coberto pela água. Preferencialmente deve reservar-se no frigorífico para manter a água bem fria durante 24 ou 36 horas, de acordo com a grossura das postas. Durante o processo a água deve ser renovada até 3 vezes por dia.

 

Sugestões de utilização:

Arroz de bacalhau, feijão e coentros

Bacalhau assado na brasa com azeite de alho

Bacalhau à Brás

Bacalhau à Gomes de Sá

Bacalhau à lagareiro

Bacalhau à Margarida da praça

Bacalhau à moda de Fafe

Bacalhau à Zé do Pipo

Bacalhau com natas

Bacalhau com todos

Bacalhau conventual

Bacalhau espiritual

Bacalhau guisado à Lisboa antiga

Caldeirada de bacalhau

Folhado de bacalhau

Hambúrguer de bacalhau

Pastéis de bacalhau

Pataniscas de bacalhau

Salada César com bacalhau

Tortilha de bacalhau

 

https://terradobacalhau.com/receitas/

https://www.pingodoce.pt/historias-de-cozinha/artigos/como-aproveitar-tudo-do-bacalhau/

https://saboreiaavida.nestle.pt/bem-estar/bacalhau#gs.mt2fjw

https://alimentacaosaudavel.dgs.pt/alimento/bacalhau/

https://terradobacalhau.com/a-saber/

http://www.virgiliogomes.com/index.php/cronicas/626-bacalhau

https://www.dn.pt/edicao-do-dia/19-set-2020/bacalhau-o-totem-nacional-12738440.html

https://cozinhatecnica.com/2019/04/bacalhau/

http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s0873-65612013000300010

http://www.visitilhavo.pt/dossiers-tematicos/capital-portuguesa-do-bacalhau/tudo-sobre-o-bacalhau

http://www.confrariabacalhauilhavo.org/index.php?option=com_content&view=article&id=3&Itemid=5

https://www.centerofportugal.com/pt/tour/a-rota-do-bacalhau/

https://www.publico.pt/2020/07/22/local/noticia/inaugurado-centro-interpretativo-historia-bacalhau-lisboa-1925481

 

04
Dez20

A Liberdade de... Cidália Ferreira


Liberdade.png

 

“ Liberdade hipócrita”

 

A liberdade parece uma palavra histórica

Se, todos pudéssemos ser felizes, e iguais

Mas todos vivemos de uma forma irónica

Numa liberdade, de falsos valores morais

*

Se, pudesse mudar o mundo, eu mudaria

Espalharia a honestidade enfeitada de cor

Pétalas de esperança, que o caminho seria

O jardim da bondade onde existisse amor

*

Nesta liberdade, onde nem todos comem 

Os ricos sorriem, sarcásticos, sem noção

Existe tanta pobreza oculta, mas somem

Enquanto outros gozam. Triste satisfação

*

Liberdade que todos tentamos por direito

Existem diferenças, entre a noite, e o dia 

Existe quem por tudo se sinta insatisfeito 

Deixando que se percam laços de magia

*

Não se olha, para o lado cruel da pobreza

Atravessam-se momentos por dificuldade

Quantos corações desfeitos geram tristeza 

Pelo renegado que nos roubou a liberdade.

***

Cidália Ferreira.

 

Texto da autoria de: Cidália Ferreira

 

02
Dez20

Bolo de massa de pão...


Outro dia, enquanto aguardava que a massa do pão levedasse, apeteceu-me algo doce e lembrei-me do sabor de um bolo tradicional do Algarve, que não comia desde a minha infância... então... roubei um bocadinho da massa do pão e... foi este o resultado:

 

BMP.jpg

Bolo de massa de pão

 

BMP_F.JPG

fica com esta textura peculiar... mas é mesmo assim!

 

Ingredientes:

  • 500g de massa de pão
  • 250gr de açúcar amarelo
  • 2 c. (sopa) de azeite
  • 1 c. (sopa) de mel
  • 1 c. (chá) de canela em pó
  • 4 ovos
  • 1 cálice de Vinho do Porto
  • 1 c. (chá) de bicarbonato de sódio
  • 1 chávena de café ("bica")

 

Modo de Preparação:

Colocar a massa de pão numa tigela, juntar o  açúcar e amassar à mão até obter uma massa homogénea.

Adicionar os restantes ingredientes e bater bem, com varas de arames.

(deverá obter um preparado líquido.)

Colocar a massa numa forma em coroa ("com buraco"), de 22cm de diâmetro, previamente untada com manteiga e polvilhada com farinha.

Levar a cozer, em forno pré-aquecido a 200ºC, cerca de 1 hora.

(deverá ficar ligeiramente mal cozido.)

Retirar do forno, deixar arrefecer na forma cerca de 10 minutos, desenformar e colocar sobre uma rede até estar frio. 

 

Bom apetite!

 

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