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Liberdade aos 42

Liberdade aos 42

16
Out20

A Liberdade de... Bruxa Mimi


Liberdade, liberdade…

Comprometi-me a escrever sobre liberdade, e agora, pergunto-me se terei liberdade para não escrever nada, liberdade para mandar o compromisso às urtigas!

Tenho. Claro que, se estão a ler este texto, isso significa que não usei essa liberdade que tinha. Mas acredito mesmo que tinha. E se decidisse usar essa liberdade, teria usado também de uma coisa chamada educação e teria avisado a MJP, para que tivesse algum tempo, ainda que curto, para arranjar alguém para me substituir.

Começo (descontando a introdução) com três questões:

1.Como falar de liberdade sem usar chavões?

2.Como falar de liberdade sem falar de direitos e deveres?

3.Como falar de liberdade se tantas vezes não me sinto verdadeiramente livre?

1. Não sei se consigo. Vocês me dirão!

2.”A minha liberdade termina quando começa a liberdade do outro.” – Pronto, mal comecei, derrapei logo num chavão. Mas haverá frase sobre liberdade mais verdadeira do que esta? É que é isto mesmo. Devo dizer que a pandemia que vivemos me faz pensar mais vezes nesta frase, quando leio sobre pessoas que se recusam a usar máscara num estabelecimento comercial, porque não querem usar máscara e está em causa a sua liberdade individual. Não, senhores, não está em causa a vossa liberdade individual. Ninguém vos obriga a usar máscara. Basta ficarem em casa e fazerem as vossas compras online. Ou, então, não fazerem compras, simplesmente.

Eu tenho liberdade de ouvir música e de furar os meus tímpanos.” Certo. Estúpido, mas certo. O que não tens é liberdade de furar os tímpanos dos outros, ou de perturbar o seu descanso.

Eu tenho liberdade de não ter de andar até um caixote do lixo para colocar a embalagem vazia, o plástico que envolvia qualquer coisa que comprei, ou o pau do gelado que comi (apenas para dar alguns exemplos).” Certíssimo. É que tens mesmo! Só não tens liberdade de atirar o que quer que seja para o chão que é de todos. Como é que podes gerir essa liberdade, então?!? É fácil: guardas no bolso, na mala ou na mão até passares (sem teres que caminhar especificamente para lá) por um caixote. Em última análise, deves ter um caixote do lixo em casa (suponho que é demais esperar que faças separação de lixo, não é?)

Como estes, havia outros exemplos práticos de como a liberdade de cada um acaba quando começa a dos outros.

3.Quando é que eu não me sinto livre? A resposta fácil é: quando não posso fazer o que me apetece, quando me apetece. Mas há uma prisão que ocorre quando não faço o bem que acho que devo fazer, para fazer o mal que não quero fazer (e que muitas vezes é o que me apetece fazer). Confuso? Imagino que sim, exceto para quem esteja familiarizado com as cartas de S. Paulo…

Vou concretizar. Não é boa ideia comer muitos doces, sejam eles quais forem. Podemos abrir exceções em dias de festa, precisamente porque são dias de festa, mas, de uma maneira geral, devemos evitá-los, ou, pelo menos, evitar abusar deles. Eu sei disso, e quero agir em conformidade, para meu próprio bem! Mas, apesar disso, frequentemente como o que não devo, e repito uma e outra vez, e, enquanto o faço, oiço a consciência a dizer-me: “Não comas. Não precisas e não deves.” – é o bem que quero fazer. Depois, não resisto e faço o que não quero (cedendo ao apetece-me)!

O exemplo dos doces é apenas um exemplo. Outros haveria, mas isto já vai longo e não quero escrever mais… e sou livre para parar.

Obrigada pelo convite, Zé!

 

Texto da autoria de: Bruxa Mimi

 

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