A Liberdade de... O último fecha a porta
Liberdade
Felizmente sempre vivi num país livre. Apenas conheço essa realidade.
Para mim liberdade é emitirmos a nossa opinião, lermos os livros, vermos os filmes, interagir e tomar as opções que muito bem entendermos. Sem constrangimentos ou medos.
Porém, considero que o maior risco é confundir liberdade com anarquismo ou insulto gratuito. Todas as ações implicam respeitar as regras do bom senso, as da sociedade e o princípio do respeitar para ser respeitado.
Este é das primeiras noções que os pais passam aos filhos na sua educação, mas muitas vezes não são seguidos.
Olhando para trás, assisti à entrada das redes sociais nas nossas vidas, onde surgiu uma nova figura: os perfis sem rosto. São semelhantes à brincadeira de criança de tocar à campaínha e depois fugir. Atuam pela calada, espalham histórias verdadeiras ou falsas, sempre com títulos bombásticos para terem um click ou por e simplesmente a diversão das sensações causadas. Com zero de inocência, aproveitam-se da ausência de filtro e da liberdade sem controlo.
Por outro lado, o surgimento da Internet trouxe mais acesso, mais informação e ao mesmo tempo maior controlo de tudo aquilo que fazemos. Se somos livres de escolher o que ver, ler ou comprar, deixamos também mais vestígios do que fazemos, fizemos e do que somos. Mesmo que indiretamente, há um histórico ou um algoritmo que nos aviva a memória. A nós e a quem tiver acesso a essa informação.
É paradoxal, mas é a liberdade de hoje em dia.
Texto da autoria de: O último fecha a porta