Coma de forma equilibrada e saudável e… seja feliz!
Numa altura em que a Organização Mundial da Saúde assinala o aumento alarmante do número de doenças ligadas à alimentação, em que a obesidade é considerada a epidemia do século XXI, a par do flagelo da fome, consequência da “crise”, que assola cada vez mais famílias vítimas do desemprego e da precariedade laboral (trabalho sem direitos/baixos salários), as questões alimentares estão, mais do que nunca, na ordem do dia.
Uma alimentação equilibrada facilita a promoção e a manutenção de um bom estado de saúde, ao longo de toda a vida. Condiciona aspectos importantes do desenvolvimento, durante a gravidez, determina o perfeito crescimento de crianças e adolescentes e é fundamental para evitar o aparecimento de muitas doenças na idade adulta e na velhice.
O organismo humano é uma máquina complexa, que recebe alimentos sólidos e líquidos e os transforma para obter a matéria com que nutre, estrutura e repara os seus tecidos e a energia que lhe permite manter-se em funcionamento. Apesar de todos precisarmos de energia, as necessidades energéticas variam de acordo com a idade, o género, a constituição física e a actividade de cada um. E é possível que dependam, também, de factores genéticos.
A energia é, normalmente, expressa em quilocalorias (kcal) ou quilojoules (kJ), sendo que 1 kcal corresponde a, aproximadamente, 4,2 kJ. O valor energético de um alimento depende do seu conteúdo em macronutrientes, ou seja, em proteínas, gorduras ou lípidos e hidratos de carbono ou glúcidos (açucares). O seu valor energético está, claramente, estabelecido:
- 1gr de proteínas produz 4 kcal
- 1gr de hidratos de carbono produz 4 kcal
- 1gr de gorduras produz 9 kcal
Quando a energia ingerida iguala a energia gasta, o indivíduo está em equilíbrio energético e mantém o seu peso. Contudo, quando a energia fornecida ao organismo não é suficiente para satisfazer as suas necessidades, devido, por exemplo, a um jejum voluntário, o corpo perde peso e orienta o seu metabolismo de base para uma melhor poupança, utilizando diferentemente os nutrientes disponíveis e limitando a sua actividade.
A capacidade de gerir os gastos energéticos resulta de uma evolução do metabolismo humano ao longo da História. Face a diferentes períodos de fome e de carência alimentar, o nosso organismo evoluiu no sentido de ser capaz de se adaptar muito bem a estas situações. No entanto, esta flexibilidade natural tem limites e, depois de um certo tempo, surgem sinais de alarme, como, por exemplo, a sensação de fome e, se a situação se mantiver, manifestações clínicas de carências alimentares.
Quando acontece o inverso, ou seja, quando a energia ingerida é superior à energia consumida, o organismo não tendo, por si só, a capacidade para aumentar o seu metabolismo, acumula o excesso de energia sob a forma de gordura, conduzindo ao aumento de peso e de volume de massa corporal.
A alimentação deve, acima de tudo, ser equilibrada, de modo a evitar as carências nutricionais e a proporcionar o maior bem-estar físico possível.
Uma alimentação equilibrada pode, e deve, incluir as guloseimas ou alimentos um pouco menos saudáveis, de que tanto gostamos (como uma carne suculenta, com excesso de gordura, bombons, gelados ou sobremesas). O que não deve acontecer é, a ingestão destes alimentos, ocorrer com frequência e/ou em quantidade superior aos restantes alimentos.
Na verdade, comer de forma saudável não implica, necessariamente, muito trabalho, nem grandes restrições alimentares, basta reger-se pelos limites do bom senso e atender a que “um bom garfo” não é “um garfo grande” nem “um prato a transbordar”.
Não se prive das delícias culinárias... mas… coma (e beba) com moderação!