Cuidar e... ser Cuidador Informal
Creio que, será útil clarificar alguns conceitos, nomeadamente, em que consiste o acto de “cuidar”:
“Cuidar é um acto individual que prestamos a nós próprios, desde que adquirimos autonomia, mas é igualmente um acto de reciprocidade que somos levados a prestar a toda a pessoa que temporariamente ou definitivamente tem necessidade de ajuda, para assumir as suas necessidades vitais” (COLLIÉRE, 2003).
Agora, que já definimos “cuidar”, importa esclarecer o que se entende por “cuidador” e distinguir entre “cuidar formal” e “cuidador informal”:
“O cuidador é entendido como aquele que cuida, que presta apoio e assistência, a um indivíduo em situação de dependência, podendo esta situação ser permanente e irreversível ou transitória” (WHO, 2004).
"Os cuidadores formais são profissionais contratados, com carácter remuneratório, para a prestação de cuidados no domicílio ou instituição, tendo que haver uma preparação específica para este papel, estando integrados numa actividade profissional, que incluem tarefas inerentes ao conteúdo do exercício laboral, de acordo com competências próprias” (SOUSA, 2011).
“Cuidadores informais ou prestadores de cuidados informais - a família, os amigos ou vizinhos - são os que assumem parte ou a totalidade dos cuidados, de forma não remunerada” (SOUSA, 2011).
É sobre esta última tipologia de cuidadores que, na próxima 6ªf, 8 de Março, serão apresentados, discutidos e votados vários Projectos de Lei (partidos da oposição) e uma Proposta de Lei (Governo), que podem consultar aqui: http://app.parlamento.pt/BI2/
Os Cuidadores Informais são verdadeiros Heróis e Heroínas, que se dedicam, de corpo e alma, a cuidar de quem amam (porque, acreditem, só cuida quem ama), esquecendo-se de si próprios para levarem a cabo uma tarefa hercúlea... e... infelizmente (na esmagadora maioria das vezes), sem qual reconhecimento e apoio estatal.
Urge, portanto, legislar sobre este assunto... mas... muito mais importante que produzir lei é efectivar apoios, que se traduzam na melhoria da qualidade de vida das pessoas cuidadas e dos respectivos cuidadores.