Síndrome de burnout e suas consequências...
Hoje, regresso a um tema que já abordei, aqui, no blog: o burnout…
“O burnout é um esgotamento físico e mental que está ligado ao exercício da profissão em condições físicas, emocionais, cognitivas e comportamentais desgastantes e acima da capacidade da pessoa lidar com elas", explica a psiquiatra Maria Antónia Frasquilho”, in Observador.
“Há três características que definem a síndroma de burnout: a despersonalização (quando a pessoa começa a ser insensível, cínica ou indiferente em relação aos problemas e aos sentimentos dos outros); a sensação de baixa auto-eficácia (que leva a insatisfação e a um sentimento de incompetência) e a exaustão emocional. "Quer dizer que aquilo que eu sempre gostei de fazer, agora massacra-me, cansa -me", explica o psicólogo clínico David Barreira, in Sábado.
Trata-se de um quadro clínico complexo, que apresenta um desenvolvimento contínuo e flutuante, no tempo, em que se podem observar três fases [1ª fase: stress psicossocial, em que se produz um desequilíbrio entre as exigências e os recursos; 2ª fase: situação de tensão psico-fisiológica; 3ª fase: alterações de comportamento].
As consequências são múltiplas e variadas e não afectam, apenas, o trabalhador que sofre, mas também a sua rede de contactos (família, amigos) e a organização onde este desenvolve a sua actividade profissional.
Consequências para o profissional:
- Físicas: cansaço; perda de apetite; mal-estar geral; problemas osteo-articulares (dores lombares; dores cervicais; contracturas musculares); alterações imunológicas (aumento das infecções; alergias; problemas dermatológicos); problemas cardíacos (palpitações; dor pré-cordial; hipertensão arterial); problemas respiratórios (catarro frequente; crises de taquipneia; crises asmáticas); problemas digestivos (gastrite; úlcera duodenal; náuseas; diarreia); alterações do sistema nervoso (enxaquecas; perturbações do sono, sobretudo, insónia; sensação de vertigem); problemas sexuais (impotência; ausência de ejaculação; vaginismo); alterações hormonais (transtornos menstruais, nas mulheres).
- Emocionais: esgotamento; sentimento de vazio e fracasso; baixa tolerância à frustração; sensação de impotência perante os problemas; nervosismo; inquietação; dificuldade de concentração (esquecimentos frequentes, falta de atenção e memória); tristeza com tendência a depressão; falta de compromisso laboral; escassa ou nula realização pessoal; baixa auto-estima; despersonalização.
- Comportamentais: comportamentos aditivos (tabaco; álcool; medicamentos), irritabilidade; mudanças bruscas de humor; hostilidade; isolamento; agressividade; cinismo; problemas conjugais; falta de eficácia; diminuição da capacidade para tomar decisões; menor rendimento e absentismo laboral.
Consequências familiares e pessoais: deterioração da vida conjugal e familiar; isolamento, com consequente deterioração das relações sociais.
Consequências para a entidade empregadora: conflitos com outros profissionais; ineficácia na actividade diária; diminuição da qualidade dos serviços prestados; mudanças recorrentes de posto de trabalho; absentismo laboral; acidentes de trabalho.