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Liberdade aos 42

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30
Jul19

Hipercolesterolémia: prevenção e tratamento...


Hipercolesterolémia é o nome "pomposo" que se dá, quando a concentração de colesterol, no sangue, atinge valores elevados.

Os níveis de colesterol podem sofrer alterações (aumentando gradualmente) com o avançar da idade, dependendo de múltiplos factores, uns genéticos (nomeadamente, a hipercolesterolémia familiar), algumas síndromes metabólicas,  outros associados ao estilo de vida: erros alimentares, sedentarismo, etc.  É sobre estes últimos que podemos (e devemos) actuar, alterarando os hábitos alimentares, intensificando a actividade física e combatendo o excesso de peso, com vista a limitar o aumento do colesterol (mesmo quando há predisposição genética).

No que concerne à alimentação, o consumo de grandes quantidades de gordura saturada e trans é o principal factor responsável pelo aumento dos níveis de colesterol.

A gordura saturada está presente em alimentos de origem animal, como carne (sobretudo de animais ruminantes, como bovinos, borrego e cabrito) e derivados (chouriço, farinheira, morcela e produtos similares), vísceras, lacticínios, manteiga e em produtos de pastelaria e confeitaria. Está presente, também, em diversos alimentos processados, juntamente com as gorduras trans, como bolachas, chocolates, snacks doces e salgados, molhos e produtos de fast food (pizzas, hambúrgueres e refeições pré-cozinhadas e congeladas).

As gorduras trans ou gorduras hidrogenadas encontram-se, naturalmente, em alguns alimentos, como o leite e a carne, mas também resultam, sobretudo, da hidrogenação dos óleos vegetais. Este processo permite a solidificação de gorduras líquidas, nomeadamente, na produção de margarinas. Estas gorduras aumentam a produção de LDL (o "mau" colesterol) e reduzem a sua taxa de destruição, aumentando, consideravelmente, os seus níveis plasmáticos (no sangue), bem como o risco de aterosclerose (depósitos de gordura no interior das artérias) e doenças derivadas. As gorduras trans diminuem, ainda, a síntese de HDL (o "bom" colesterol).

A ingestão de quantidades substanciais de gordura saturada surge, muitas vezes, associada a um insuficiente consumo de fibras e gorduras insaturadas, e a um elevado consumo de açúcares simples. A fibra está presente na fruta, nos vegetais, nas leguminosas e nos cereais integrais, e não só contribui para o controlo do apetite, como promove a eliminação de colesterol, através das fezes.

As gorduras insaturadas, presentes no azeite, óleos vegetais, sementes, frutos oleaginosos e peixes gordos, estão associadas à redução dos valores de LDL e ao aumento dos valores de HDL.

Os açúcares simples entram na composição de diversos alimentos, tais como, fruta, mel, lacticínios e produtos processados. O consumo elevado de açúcares simples contribui para a formação de reservas de gordura e, consequentemente, leva a um aumento do peso corporal, que constitui um factor de risco para a hipercolesterolémia.

principal ferramenta para prevenir o aumento do colesterol é a alimentação.

Uma alimentação equilibrada, saudável e inteligente pressupõe:

* Eliminar ao máximo gorduras saturadas (gorduras da carne, manteiga, queijo e leite gordos, ovos e vísceras), as gorduras trans (margarinas) e as "transsaturadas" (por sucessivas frituras)

* Dar preferência a gorduras vegetais, mono ou poli-insaturadas (azeite e outros óleos vegetais como milho, girassol, soja, grainha de uva)

Incluir na alimentação sementesfrutos oleaginosos leguminosas

* Optar pelo consumo de carnes brancas (coelho, aves: frango, peru, removendo-lhes a pele)

* Consumir peixes gordos, 3 ou 4 vezes por semana, ricos em ómega 3 ou ómega 6 (atum, cavala, sardinha, sarda, salmão)

* Aumentar substancialmente o consumo de vegetais (para mais de 400gr. por dia): sopas de hortaliças, todos os legumes, saladas, fruta (2 a 3 peças/ dia)

* Trocar os cereais (e derivados de cereais) refinados por versões integrais (pão, arroz, farelo ou gérmen de trigo)

* Moderar o consumo de bebidas alcoólicas [(2 ou 3dl de vinho tinto/dia ou 2 cervejas), se já tiver esse hábito e não tiver contra-indicações (doença do fígado, excesso de peso ou obesidade)]

Evitar a ingestão de produtos de charcutaria, de pastelaria e confeitaria, snacks doces e salgados e  produtos processados (ricos em gordura saturada e trans e açúcares simples)

O controlo do peso, a actividade física regular e não fumar são parceiros inseparáveis da dieta.

O recurso a medicamentos, quando necessário, deverá ser decidido e acompanhado pelo médico assistente, tendo em consideração, não só os valores do colesterol como, também, o risco global, determinado com base na idade, no género, na pressão arterial, no HDL e nos hábitos tabágicos.

Para mais informações, consultar: Fundação Portuguesa de Cardiologia.

 

29
Jul19

Sobre o colesterol...


É, de facto, prejudicial ter um nível de colesterol elevado?

O colesterol é um componente das lipoproteínas (uma gordura), muitas vezes, considerado prejudicial, uma ameaça à saúde (e ao sistema cardiovascular, em particular). O que é facto é que, tal só acontece, se atingir níveis elevados no organismo, visto que (em níveis adequados), é uma substância benéfica e fundamental para o seu normal funcionamento. 

O colesterol é essencial para a produção de vitamina D (que promove a absorção intestinal do cálcio e intervém na regulação do humor)de ácidos biliares (que facilitam a digestão) e na síntese de diversas hormonas, como as hormonas sexuais e o cortisol. Desempenha, ainda, uma importante função estrutural, encontrando-se presente nas membranas de todas as nossas células.

O colesterol é sintetizado pelo nosso organismo e deve, também, ser obtido através da alimentação (produtos de origem animal), numa dose máxima de 300mg/dia.

Muitas são as pessoas, que apresentam um nível de colesterol elevado, mas que, apesar disso, têm (quase sempre) um ar saudável... razão pela qual,  negligenciam a questão e ignoram o risco associado.

Um nível demasiado elevado de colesterol, no sangue, aumenta o risco de doenças cardiovasculares. 

O colesterol, presente nos alimentos, passa pela boca, o esófago e o estômago antes de chegar ao intestino, onde é absorvido. O colesterol (sendo uma gordura) não é solúvel em água. Visto que, cerca de 90% do plasma é constituído por água, o colesterol tem de se ligar a uma substância hidrossolúvel (solúvel em água) para ser absorvido pelo organismo. Estes meios de transporte são as, denominadas, lipoproteínas (é "à boleia" destas, que o colesterol consegue chegar ao seu destino).

Existem dois transportadores diferentes: o LDL (Low Density Lipoprotein - lipoprotreína de baixa densidade) e o HDL (High Density Lipoprotein - lipoproteína de alta densidade).

O LDL transporta o colesterol do intestino para as células de destino (músculos e órgãos). Se estiver em excesso, pode acumular-se nas paredes dos vasos sanguíneos e originar um processo inflamatório.

O HDL transporta o colesterol, de regresso ao intestino, passando pelo fígado e pela vesícula biliar (onde é metabolizado). Funciona como “agente de limpeza” do organismo (no que, ao colesterol, diz respeito).

Por este motivo, um valor elevado de LDL, é sinónimo de uma quantidade excessiva de colesterol no organismo. Um valor elevado de HDL significa, pelo contrário, que o colesterol é eliminado através das fezes.

Por este motivo não se fala, geralmente, de um nível de colesterol elevado mas, sim, de "bom" colesterol (HDL) e "mau" colesterol (LDL).

É importante ter um nível de HDL elevado e um valor de LDL baixo, o que pode ser conseguido através da alimentação.

Um valor de HDL desejável deverá ser >35mg/dl (nos homens) e >45mg/dl (nas mulheres), quanto ao LDL, deverá ser <115mg/dl. Os valores de colesterol total deverão ser <190mg/dl.

[Para doentes de risco (com patologias cardiovasculares, diabetes ou insuficiência renal), os valores de LDL, HDL e colesterol total mudam para 100mg/dl, 40mg/dl e 175mg/dl, respectivamente].

Para mais informações, consultar: Fundação Portuguesa de Cardiologia.

 

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