Em primeiro lugar agradecer este convite que me foi feito pela queridíssima MJP, nesta rubrica do seu Blog, convite que tanto me honra e ao mesmo tempo carrega de responsabilidade.
O que é para mim a Liberdade?
A Liberdade de...
Liberdade, essa palavra que esmaga e seduz, esvoaça e amarra, num gesto de aconchego que nos envolve e por vezes deslumbra.
Nada para mim é mais importante do que a liberdade de opinar, de gritar ao vento o que habita na alma, mesmo que a contraditória alma diga, por vezes, o mesmo e o seu contrário, vezes sem conta, em dias diferentes.
Essa vontade, vulgo liberdade, assegura a caminhada incerta, nem sempre correcta, mas verdadeiramente libertadora de permitir debater e discutir, expressar ou vociferar, libertar cada pedaço de nós mesmos nesse rumo infinito do pensamento.
Como é bom poder deixar sair as palavras que nos pertencem sem receio de as expressar, sem burkas ou tabús, sem grilhões ou algemas.
Por vezes, nos tempos que correm, nem sempre essa liberdade é respeitada, nem sempre é possível trilhar o lado opinativo da mente, sempre que o politicamente correcto se levanta ou em contrapartida o populismo se impõe, sempre que nos rebatem com as setas apontadas pelo Status Quo das sociedades vigentes.
Não expressar o que dita a alma, é o que mais sufoca aqueles que libertadamente desejam pincelar a tela com as cores que traduzem os seus destinos.
Aqueles que estando na estrada se recusam a andar em fila indiana, só porque assim está instituído.
Recordo-me de uma cena no filme “O Clube dos Poetas Mortos” onde Mr. Keating pedia aos seus alunos que deixassem voar o seu lado interior, demonstrando a sua personalidade através da forma como caminhavam por aquele pátio.
Todos o fizeram, menos o jovem Charlie Dalton que exerceu o seu direito a não caminhar, demonstrando assim a sua essência, essa vontade divergente na expressão do seu grito.
Essa cena impressionou o menino que eu era e mais me impressionou a reacção do professor, brindando essa irreverente demonstração de expressão do sentir.
Liberdade...
Essa essência maior que não podendo ser confundida com libertinagem, um dos perigos maiores à própria liberdade, se traduz no bem mais precioso do Ser pensante, daqueles que ousam não deixar de questionar o outro lado do destinado querer.
Obrigado pelo convite, minha querida MJP.
Um beijinho do tamanho do mundo Canequiano que nos pertence.
Texto da autoria de: Filipe Vaz Correia