A Liberdade de... Teoria do nada
A minha liberdade
Recebi um convite da MJP do Blog Liberdade aos 42, para falar da minha liberdade. Demorei a escrever este texto, ou aliás, demorei a começar a escrever, depois saiu tudo de forma muito fácil.
A minha liberdade tem mudado ao longo da vida. A personalidade, a consciência de mim própria e da sociedade onde me insiro, as minhas crenças, as leis a que estou sujeita, são influenciadoras da minha liberdade.
Quando nasci, o país não tinha liberdade, de falar, de escrever o que pensava ou achava correcto, se fosse diferente de quem o liderava. Mas desses tempos pouco me lembro, mas sentia o medo por parte dos meus pais e houve algo que só percebi muito mais tarde. A minha mãe dizia, muito: já somos três, não podemos continuar a falar. Só mais tarde percebi que três pessoas na rua a falar podia ser um acto de “conspiração” ou algo do género. Sentia o medo, mas não o entendia.
Fui crescendo e não tinha liberdade para fazer tudo o que gostaria, mas fazia parte das regras. Lembro-me de votar pela primeira vez com 18 anos, e como não tinha qualquer consciência política, fui votar no partido ou pessoa que o meu pai indicou, neste caso eram umas presidenciais e votei na pessoa que mais tarde me arrependi amargamente de o ter feito. Mas a escolha era minha, eu é que não me interessava ainda por política e para mim era igual. Mas não era, ou agora vejo que não era de todo.
Com a idade fui tendo muitas discussões políticas com o meu pai, fruto de termos pensamentos e ideais diferentes, e isso é sinal de liberdade. Essas discussões duram até hoje.
Também com a idade, aprendi a dizer NÃO a determinadas situações, a tudo o que não quero fazer.
Mais tarde aprendi a dizer NÃO, a todas as pessoas que não me acrescentam nada de bom, ou não interessam para coisa alguma, ou simplesmente não nos trazem boas energias.
No trabalho, procuro sempre a minha liberdade, e para isso percebi que só havia um caminho, ainda que arriscado, tinha que ser a minha própria empregadora, há muitos riscos inerentes, mas nada como sermos nós a gerir a nossa agenda e forma de trabalhar. Já o faço desta forma como trabalhadora independente desde 2004, e apesar de não ser tão estável financeiramente, compensa muito em liberdade. Só temos de ter muita disciplina a gerir os ganhos e os gastos.
O próximo passo para a liberdade é atingir a independência financeira.
Já digo o que quero, sem me preocupar com o que os outros pensam, visto como quero, faço o que quero e dou-me apenas com quem quero, esta foi a mais difícil e recente liberdade, dar-me com quem quero e cortar radicalmente com quem não quero estar.
Livre
Independente
Bem-estar e de Bem com a vida
Escolher
Respeito
Direito
Autónoma
Descontraída
Empoderada
E esta é a minha liberdade e a pessoa que eu sou.
Texto da autoria de: Teoria do nada