A sensação (real ou potencial) de incapacidade para responder, adequadamente, às exigências do quotidiano gera-nos stress.
Existem, contudo, acontecimentos marcantes que constituem fontes de stress, evidentes, como: o desemprego, a perda de um familiar, o divórcio, uma doença grave ou a mudança de residência.
Outros, aparentemente, menos problemáticos, também podem causar grande perturbação.
Os especialistas identificam, nomeadamente, a denominada “fobia social”. Quem sofre desta patologia manifesta uma ansiedade intensa e debilitante de cada vez que tem de se expor publicamente. Existem relatos de casos extremos, em que a pessoa se revela incapaz de passar um cheque ou de comer em locais públicos.
As próprias férias, cuja finalidade é descansar e esquecer os problemas diários, podem converter-se num factor desencadeante de stress. Especialmente quando, após uma viagem longa e cansativa, se constata que a realidade está muito aquém das promessas do folheto publicitário e do preço pago.
A “bagagem emocional” que transportamos quando vamos de férias também poderá contribuir para aumentar o stress. Um exemplo concreto reside no facto de, algumas pessoas, se sentirem obrigadas a relaxar a todo o custo, apesar de se tratar de algo que não se deve fazer por obrigação.
Sumariamente, podemos enumerar seis tipos de situações que fazem disparar o stress:
- Actividades difíceis de conciliar (uma mulher que tem de aliar as exigências do emprego às responsabilidades familiares);
- Conflitos internos (imagine que trabalha para uma empresa que, na sua opinião, se orienta por critérios de ética duvidosa ou que tem de agir de uma forma que vai contra os seus princípios);
- Acontecimentos excepcionais (mudar de emprego ou de local de residência pode gerar ansiedade e incerteza face ao futuro);
- Acontecimentos imprevisíveis (resultado de exames médicos ou mudanças drásticas na sua empresa);
- Perda importante (desemprego, divórcio, morte de alguém próximo);
- Frustração (não obter uma promoção muito ansiada e merecida ou ser obrigado a faltar a um compromisso importante por causa do trânsito).
As seis situações supracitadas apresentam uma característica importante em comum: não as controlamos.
Efectivamente, a sensação de controlo, perante as diversas situações, constitui uma arma poderosíssima na luta contra o stress. Parece representar, inclusive, a principal diferença entre as pessoas que tentam enfrentar os seus problemas e as que se sentem desamparadas.
As pessoas que sentem ter mais controlo das situações (controlo interno), tendem a encarar os desafios com optimismo, mobilizando os seus recursos de forma mais eficiente. As que pensam que não controlam as circunstâncias e que, pelo contrário, dependem de factores externos, estão sujeitas a um stress mais grave, com efeitos negativos na saúde, a longo prazo.
A rotina, o tédio, a desmotivação e o trabalho mal remunerado podem causar stress crónico.
Numa empresa, os indivíduos, tendencialmente, mais expostos ao stress são os que trabalham mais horas, os que auferem baixos salários e os que têm menos controlo sobre as tarefas que desempenham.
Produzir cada vez mais, em menos tempo, é outro factor de stress. A conjuntura económica actual (e a falta de escrúpulos de muitos patrões) faz com que se exija cada vez mais aos trabalhadores, explorando o receio que estes têm de ser despedidos.